terça-feira, 17 de maio de 2016
segunda-feira, 16 de maio de 2016
quarta-feira, 4 de maio de 2016
Os Croods
Trata-se não só de um filme bastante divertido como também emocionante e capaz até mesmo de levantar questões filosóficas (e não nos esqueçamos de que ele é destinado, principalmente, ao público infantil).
Já nos primeiros instantes, somos introduzidos à Idade da Pedra através de um fantástico monólogo que utiliza as pinturas das cavernas como elementos narrativos, que criam vida e explicam o porquê da adolescente Eep viver isolada do mundo com sua família, composta pelo patriarca superprotetor Grug, a mãe submissa Ugga, o menino palerma Thunk, a criança hiperativa Sandy e a avó gagá. Todos eles temem o mundo exterior, e passam a maior parte do tempo enclausurados em uma caverna, exceto quando precisam caçar para conseguir comida. Acontece que Eep não se contenta em ficar sob os cuidados do pai. Ela deseja tornar-se livre para fazer suas próprias escolhas, e conhecer o novo, que é visto por Grug como algo essencialmente ruim. Assim, quando por uma fresta na caverna ela avista sombras estranhas durante a noite, decide então ignorar todas as regras de sobrevivência e partir para aventura (o que remete diretamente ao mito da Caverna de Platão, uma metáfora sobre a necessidade do ser humano de adquirir conhecimento para então poder vencer sua ignorância sobre o mundo).
Neste sentido, Os Croods é tudo o que Valente deveria ter sido. Ambas as obras apresentam personagens femininas fortes e determinadas a quebrar as regras impostas. Mas enquanto o filme da Pixar investe em uma trama tola e sem qualquer traço de originalidade (lembram-se de Irmão Urso?), a animação realizada pela Dreamworks e distribuída pela Fox Films apresenta uma estrutura narrativa simples, porém explorada de maneira brilhante. Após ter sua caverna destruída, a família é obrigada a acompanhar o jovem e destemido Guy, que ao contrário de Grug, acredita que a única chance deles sobreviverem é seguir rumo ao desconhecido . E é aí que está o grande mérito dos diretores e roteiristas Chris Sanders e Kirk DeMicco. O que poderia ser uma aventura vazia em que as peripécias dos heróis tomariam todo o tempo da projeção, torna-se uma jornada de amadurecimento e auto-conhecimento . A força motriz do filme é o desenvolvimento e a interação entre os personagens, fazendo com que nos apaixonemos por essa encantadora família (que, por sinal, poderia ser a de qualquer um de nós). Somam-se ainda os adoráveis bichos de estimação (a preguiça Belt e o cão Douglas), responsáveis por algumas das mais engraçadas cenas do longa.
E humor é o que não falta a Os Croods. E o melhor: é um humor deliciosamente inocente, assim como os personagens o são. Mas isso não quer dizer também que seja um filme apenas indicado ao público infantil. Muito pelo contrário. Poucas vezes vi adultos dando tantas gargalhadas em uma animação. Há sacadas inspiradíssimas que somente são percebidas pelos mais grandinhos, como, por exemplo, a primeira vez em que as mulheres da família calçam botas.
E se o roteiro é excelente, os aspectos técnicos não ficam atrás. Contando com um design de produção incrível, Os Croods apresenta um mundo exótico, com fauna e flora comparáveis até mesmo às vistas em Avatar. Além disso, a movimentação selvagem dos personagens é extremamente eficiente, mesmo nos pequenos gestos. Para completar, o 3D é um dos melhores já vistos, provocando uma perfeita imersão do público e enriquecendo ainda mais a experiência.
Mesmo que tenha algumas situações forçadas no clímax, Os Croods cumpre exemplarmente sua missão, fazendo com que o expectador saia da sala de cinema com um largo sorriso e algumas lágrimas no rosto. Algo que a DreamWorks tem se especializado em fazer. E quanto à Pixar, vamos torcer para que Universidade Monstros não seja mais uma decepção. Afinal, agora é ela quem tem que correr atrás da concorrência…
BEM NA FITA: Desenvolvimento dos personagens, momentos hilários, levantamento de questões filosóficas, excelência técnica.QUEIMOU O FILME: Uma ou duas situações forçadas no terceiro ato, mas que não comprometem de forma alguma a obra.
FICHA TÉCNICA:
Nome: Os Croods (The Croods)
Diretor: Kirk De Micco, Chris Sanders
Elenco: Nicolas Cage, Ryan Reynolds, Emma Stone, Catherine Keener, Cloris Leachman, Clark Duke, Chris Sanders e Randy Thom
Produção: Kristine Belson, Jane Hartwell
Roteiro: Kirk De Micco, Chris Sanders
Fotografia: Yong Duk Jhun
Trilha Sonora: Alan Silvestri
Duração: 103 min.
Ano: 2013
País: EUA
Gênero: Animação
Cor: Colorido
Distribuidora: Fox Film
Estúdio: DreamWorks Animation
Classificação: Livre
Os Croods
"Os Croods" será nosso primeiro filme a ser trabalhado nas aulas de História e Cinema.
Aqui está o link para quem ainda não assistiu o filme:
Nosso principal objetivo é comparar o que é apresentado no filme com nosso conteúdo de História já estudado sobre a Pré-História.
Lembrando que devemos explicar o que se aproxima de fatos históricos já comprovados e o que se distancia destes fatos (sendo considerado ficção cinematográfica).
*Neste domingo (dia 08 de maio de 2016) o filme passará na "Temperatura Máxima" na Rede Globo de Televisão.
Os Grupos que não apresentarão na sexta-feira dia 06 de maio, terão tempo para assistir e preparar apresentação para o dia 12 de maio (quinta-feira).
Projeto História e Cinema
Trabalhamos a História no contexto da Nova História Cultural, que se identifica com novas abordagens para melhor análise e conhecimento dos fatos estudados.
"Se a História Cultural é chamada de Nova História Cultural é porque está possibilitando uma nova forma de a História trabalhar a cultura. Não se trata de fazer uma História do Pensamento ou de uma História Intelectual, ou ainda mesmo de pensar uma História da Cultura nos velhos moldes, ao estudar as grandes correntes de ideias e seus nomes mais expressivos. Trata-se, antes de tudo, de pensar a cultura como um conjunto de significados partilhados e construídos pelos homens para explicar o mundo. A cultura é ainda uma forma de expressão e tradução da realidade que se faz de forma simbólica, ou seja, admite-se que os sentidos conferidos às palavras, às coisas, às ações e aos atores sociais se apresentam de forma cifrada, portanto, já com um significado e uma apreciação valorativa" (Sandra Pesavento).
A popularização de conteúdos históricos no Cinema (filmes, documentários ou animações) abre espaço para a aproximação dos alunos com fatos históricos estudados, de forma a ilustrar e possibilitar reflexões críticas sobre os temas.
As obras cinematográficas tornam-se portanto, fontes de estudo no contexto do que chamamos de "Nova História Cultural", onde a cultura é um conjunto de ideias e experiências humanas partilhadas e compartilhadas de forma a compreender a trajetória humana pelo mundo - ficando claro o posicionamento de todos nós como importantes sujeitos históricos capazes de construir e desconstruir conceitos, análises e reflexões (com consciência crítica) nos impondo perante o mundo como "construtores" do saber, melhorando nossa realidade e da sociedade na qual estamos inseridos.
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